Quarta-feira de Cinzas é um dia que nos recorda uma palavra grave: “Lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te hás de tornar” ou “Convertei-vos e crede no Evangelho”.
Toda vaidade, todo brilho falso, esta vida mortal um dia conhecerão um fim. Do que não éramos, viemos e retornaremos ao nada. Entretanto esta situação não é uma fatalidade. Na verdade fomos chamados a ser, como se diz na primeira página das Escrituras: pó vivente. Mas há uma condição que precisa ser cumprida: a conversão. Caso contrário, nosso destino será como aquele pó; continuaremos seres humanos sim, mas não realizados e talvez, frustrados, porque a vida como ela se apresenta pode não agradar a Deus. A conversão é o salto que nos transporta para o reino da vida e da eternidade. Bem disse Jesus “se não vos converterdes, vós todos parecereis” (Lc 13,5). Importa, sim, compreendermos bem o processo da conversão, seu conteúdo e como se manifesta. Para isso as leituras deste dia são muito educativas.
A conversão implica penitencias, renúncias, serenidade de vida. Nisso tudo há verdade, mas não chegamos ainda ao cerne da conversão. Ela não é um movimento primeiro e uma ação inicial, é a conseqüência e reação de uma ação prévia. No começo de toda a conversão - e isso o apreendemos da vida dos grandes convertidos - existe a experiência instauradora, o choque existencial daquilo que o profeta Joel testemunha: “Deus é bom e compassivo, clemente e misericordioso” (Jl 2,13). São Paulo é ainda mais contundente ao dizer: “Quando ainda éramos inimigos, Deus nos amou primeiro” (Rm 5,8). A fé nos garante: Deus é só luz, o Altíssimo é só amor e misericórdia. Quando nos damos conta desta verdade, nos sentimos aceitos, perdoados e amados por Deus, apesar de nossa misericórdia - e vale dizer - quando experimentamos que Deus veio até nós, nossa reação não pode ser contrária senão a de converter-nos a Deus. Conversão é, portanto, um caráter de alegria, de libertação e de imensa gratuidade e ar sombrio, é como lavar o rosto, perfumar a cabeça e um estar alegre (Mt 6,16-18).
A conversão se manifesta por práticas diferentes daquelas anteriores. As práticas, os jejuns, as penitências, as orações não constituem em si a conversão, mas manifestam a conversão. Se não manifestarem o encontro com Deus, se elas se substantivarem e forem feitas, não por causa de Deus e como resposta à conversão de Deus, mas em função do louvor e do aplauso dos homens, então elas caem sob a crítica dura e mordaz de Jesus: é o vicio do farisaísmo. Fica claro que quaresma sempre é um convite a fazer e não tanto dizer, mas é preciso estar atentos, como é esse fazer? É para Deus ou para os homens? Somente aquele fazer que traduz nossa resposta a Deus é conversão, e é aceito pelo céu. O resto é vaidade que morre e fica pó. (Pe. Pricilio Jerônimo)
Toda vaidade, todo brilho falso, esta vida mortal um dia conhecerão um fim. Do que não éramos, viemos e retornaremos ao nada. Entretanto esta situação não é uma fatalidade. Na verdade fomos chamados a ser, como se diz na primeira página das Escrituras: pó vivente. Mas há uma condição que precisa ser cumprida: a conversão. Caso contrário, nosso destino será como aquele pó; continuaremos seres humanos sim, mas não realizados e talvez, frustrados, porque a vida como ela se apresenta pode não agradar a Deus. A conversão é o salto que nos transporta para o reino da vida e da eternidade. Bem disse Jesus “se não vos converterdes, vós todos parecereis” (Lc 13,5). Importa, sim, compreendermos bem o processo da conversão, seu conteúdo e como se manifesta. Para isso as leituras deste dia são muito educativas.
A conversão implica penitencias, renúncias, serenidade de vida. Nisso tudo há verdade, mas não chegamos ainda ao cerne da conversão. Ela não é um movimento primeiro e uma ação inicial, é a conseqüência e reação de uma ação prévia. No começo de toda a conversão - e isso o apreendemos da vida dos grandes convertidos - existe a experiência instauradora, o choque existencial daquilo que o profeta Joel testemunha: “Deus é bom e compassivo, clemente e misericordioso” (Jl 2,13). São Paulo é ainda mais contundente ao dizer: “Quando ainda éramos inimigos, Deus nos amou primeiro” (Rm 5,8). A fé nos garante: Deus é só luz, o Altíssimo é só amor e misericórdia. Quando nos damos conta desta verdade, nos sentimos aceitos, perdoados e amados por Deus, apesar de nossa misericórdia - e vale dizer - quando experimentamos que Deus veio até nós, nossa reação não pode ser contrária senão a de converter-nos a Deus. Conversão é, portanto, um caráter de alegria, de libertação e de imensa gratuidade e ar sombrio, é como lavar o rosto, perfumar a cabeça e um estar alegre (Mt 6,16-18).
A conversão se manifesta por práticas diferentes daquelas anteriores. As práticas, os jejuns, as penitências, as orações não constituem em si a conversão, mas manifestam a conversão. Se não manifestarem o encontro com Deus, se elas se substantivarem e forem feitas, não por causa de Deus e como resposta à conversão de Deus, mas em função do louvor e do aplauso dos homens, então elas caem sob a crítica dura e mordaz de Jesus: é o vicio do farisaísmo. Fica claro que quaresma sempre é um convite a fazer e não tanto dizer, mas é preciso estar atentos, como é esse fazer? É para Deus ou para os homens? Somente aquele fazer que traduz nossa resposta a Deus é conversão, e é aceito pelo céu. O resto é vaidade que morre e fica pó. (Pe. Pricilio Jerônimo)
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