(por Isabel P. Pegoraro)
QUANDO O NATAL É DE VERDADE ?
Entre luzes, enfeites, rituais e compras de ocasião, vem se tornando difícil saber qual é o verdadeiro sentido do Natal. Existem dois Natais? O do “paraíso das compras” que nos move a um consumismo compulsivo, onde os meios de comunicação enchem a mente com símbolos, imagens, emoções e mensagens para comemorar o Natal e com decorações exuberantes a iluminar ruas e casas; e o das Igrejas? O que dá presentes e o que é só presença? O da fé e o do consumo?
Questionemos: como viver o Natal com o romântico “Papai Noel” ou na simplicidade do Presépio? Nunca houve antes e jamais haverá em nosso planeta um acontecimento mais fantástico que o nascimento de Jesus Cristo. E desde então, o mundo celebra essa solenidade; seja em família, ou liturgicamente, ou nos dois sentidos. Toda a beleza que envolve o espírito natalino, desde os enfeites até os musicais, tudo isso faz parte do clima. Porém precisamos estar atento para que o verdadeiro sentido do Natal não se reduza a coisas externas, e Jesus Cristo, o aniversariante, fique em segundo plano. Uma pessoa cristã consciente toma distância dessa compulsão e se inquieta: onde encontrar a simplicidade e o despojamento do primeiro Natal? Basta refletir com fé: Ele está no meio de nós! Ele é o Deus-conosco! Deus Pai nos enviou seu Filho único ao mundo para resgatar a humanidade do pecado. Ao nascer entre os pobres, quis demonstrar que a Salvação é para todos! Pessoas excluídas da sociedade, que não têm onde repousar a cabeça, sem casa, sem trabalho, vivendo perdida nas cintilantes avenidas de nossa cidade ficam mais perto da situação que viveu o menino Jesus, que se fez pobre para demonstrar que o valor da pessoa está na sua dignidade, e não nas riquezas que ostenta. Há pessoas que pensam poder “comprar” felicidade, privilégios, títulos e se iludem que possam também “comprar” a salvação. Na realidade, são promotoras da opressão e da escravidão. O evangelista Mateus descreve Jesus expulsando os cambistas do Templo em Jerusalém que usavam esta prática. E disse “Está nas escrituras: ‘Minha casa será chamada casa de Oração”. No entanto, vocês fizeram dela uma toca de ladrões’ Mt 21,13. Jesus condena veemente o comércio no templo e o uso da religião para obter privilégios e passar uma imagem mesquinha de salvação. O que diria Jesus a nós, cristãos de hoje, ao passar pelo mundo 2009 anos após o seu nascimento e, perceber que Ele é o próprio “garoto propaganda” o qual provoca as compras, os interesses comerciais e as comilanças? Que resposta daríamos a Jesus? Com certeza nos envergonharíamos! Neste Natal alguns de nós vamos celebrar liturgicamente, outros oram em casa, outros ainda ficarão só na festa Pagã. Porém a missão cristã é devolver ao aniversariante o facho de luz, é acolher no íntimo o Menino-Deus e descobrir nele o conteúdo mais tocante de nossa fé. Ali está nosso Deus tão próximo de nós, no sorriso de uma criança. A luz é verdadeira se Jesus está em nossas festas natalinas. Desejo que você viva este Natal como uma questão de FÉ.
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