Seção da Família (por Jean Carlo Monteiro)
Continuemos a reflexão sobre os Sacramentos que norteiam a nossa vida espiritual.
O sacramento dA ORDEM
A Igreja ensina que, para continuar o Seu Sacrifício redentor da humanidade, Jesus quis comunicar à Igreja uma participação de seu Sacerdócio; isto acontece pelo sacramento da Ordem. É o sacerdócio ministerial, diferente do sacerdócio batismal dos semais fiéis, que capacita a pessoa a atuar na “pessoa de Cristo” (in persona Christi), Cabeça da Igreja.
“A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo a seus Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos; é, portanto, o sacramento do ministério apostólico. Comporta três graus: o espiscopado, o presbiterado e o diaconato”.(Cat.§ 1536).
A ordenação confere um dom do Espírito Santo que permite exercer um “poder sagrado” (“sacra potestas”) (cf .LG10) que só pode vir do próprio Cristo, por meio de sua Igreja. A imposição das mãos do bispo, com a oração consecratória, constitui o sinal visível desta consagração.
É pelos sacramentos do Batismo e da Confirmação que os fiéis são “consagrados para ser...um sacerdócio santo” (LG 10). Mas há uma diferença entre o sacerdócio dos leigos e dos consagrados. Enquanto o sacerdócio comum dos fiéis se realiza pela graça batismal, vida de fé, de esperança e de caridade, vida segundo o Espírito, o sacerdócio ministerial está a seviço do sacerdócio comum. É um dos meios pelos quais Cristo não cessa de construir e de conduzir sua Igreja, Por isso, é transmitido por um Sacramento próprio, a Ordem.
Cristo escolheu seus Apóstolos pessoalmente, e com eles conviveu duramente cerca de três anos, formando-os pra serem seus enviados (=Apóstolos), Na última Ceia, instituiu o sacerdócio da Nova Aliança. Ordenou que os Apóstolos e os seus sucessores no sacerdócio renovassem na missa o sacrifício da cruz; e com estas palavras: “Fazei isto em minha memória” (Lucas 22,19), instituiu-os sacerdotes do Novo Testamento.
Nos Atos dos Apóstolos vemos S. Lucas dizer que: “Em cada Igreja instituiram bispos e, após orações com jejuns, encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham confiado”. (At 14,23). Jesus escolheu os Doze Apóstolos para dar início à Igreja, porque a quis estruturada em uma hierarquia definida, como mostram os Evangelhos: “Ele escolheu Doze” (Mc 3,13,16). Jesus lhes deu ordem e poder de agirem como se fosse Ele mesmo: “Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc 10,16).
Segundo o Concílio de Trento, os Apóstolos forma constituídos sacerdotes na última Ceia (DS,1752[949]).
O sacramento da Ordem comunica “um poder sagrado”, que é o próprio poder de Cristo. Por isso, o sacerdote deve viver celibatário como o Cristo, para poder servir ao Reino de Deus sem outras preocupações, entregando-se integralmente a esse serviço.
(Fonte: Prof. Felipe Aquino / Fonte: Revista Canção Nova n° 91 – Julho/2008)