por Sandra C. Maria e Jean Carlo
AUTOMEDICAÇÃO E RISCO À SAÚDE
Não devemos, em hipótese alguma, fazer uso de medicamentos sem a devida prescrição médica e o diagnóstico preciso. Caso contrário, estaremos propensos a resultados e riscos indesejáveis à
nossa saúde.
O QUE PODE OCORRER COM O mau uso de medicamentos: Antibióticos: resistência bacteriana, que pode tornar mais complicado outros tratamentos; Vitamina C: distúrbios gastrointestinais, cálculo renal; Vitamina A: distúrbios neurológicos, hipertensão craniana; Analgésicos: lesão estomacal, sangramentos, hemorragias internas, em caso de dengue.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a automedicação como um problema, até certo ponto, inevitável e aponta os riscos inerentes, aos quais devemos estar atentos
Riscos: Diagnóstico incorreto do distúrbio; retardamento do reconhecimento do distúrbio com possível agravamento; escolha de terapia inadequada; administração incorreta do medicamento; dosagem inadequada ou excessiva; uso excessivamente curto ou prolongado; risco de dependência; possibilidade de efeitos indesejados sérios; possibilidade de reações alérgicas; desconhecimento de possíveis interações com outros medicamentos; armazenamento incorreto ou excessivamente longo dos medicamentos.
AUTOMEDICAÇÕES MAIS FREQÜENTES: Analgésicos; Descongestionante nasal; Vitaminas; Antiácidos; Hormônios Sexuais; Preparados p/tosse e resfriado; Relaxantes musculares; Antidiarréicos e Antiinfecciosos.
O QUE MAIS LEVA À AUTOMEDICAÇÃO: Sintomas dolorosos (dor de cabeça, dor muscular, cólica, outros) e Quadros viróticos ou infecciosos (infecção respiratória e diarréia).
PROPAGANDAS: As propagandas de cigarro foram praticamente abolidas dos principais meios de comunicação, porém com relação à propaganda dos medicamentos, ao invés de se proibir, estranhamente, exigiu-se apenas a advertência ao final do anúncio: “Ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado”. Essa advertência nos leva a entender que: "Caso surja o sintoma, apresentado no anúncio, deve o indivíduo, primeiramente, tomar o medicamento indicado (automedicar-se) e, somente, caso não melhore ou não fique curado, deverá consultar o médico." A automedicação, na maioria das vezes, leva o indivíduo a se preocupar em saber qual remédio é bom para determinado sintoma, sem o interesse de comprovar a veracidade. E, na realidade, a medicação assim administrada está fadada a falhar ou, até mesmo, a comprometer a saúde de quem o faz; pois em medicina, o ponto de partida não é a escolha do medicamento, mas sim a precisão do diagnostico da doença. Assim, quando dizemos que "determinado remédio é bom para isso ou aquilo" estamos desprezando o mais importante: o diagnóstico. Pois somente um diagnóstico preciso proporciona ao médico condições de nos escolher o tratamento adequado.
O tratamento mais efetivo é aquele que tem possibilidade de combater a causa da doença e de curá-la. Isso não significa que não possamos tratar um paciente quando não identificamos a causa de sua doença ou quando não existe, ainda, medicação especifica para combatê-la. O médico, em determinados casos, poderá tratar os sintomas para aliviar o sofrimento do doente.
NUNCA USE: Cápsulas: amolecimento ou endurecimento; Comprimidos: com farelos na embalagem ou manchas na superfície; Pó para reconstituição em soluções e suspensões: formação de pasta ou formação de placas; Cremes e pomadas: água saindo do creme ou mudança de consistência ou presença de bolhas ou bolor; Soluções, xaropes e elixires: Partículas sólidas no fundo do vidro ou presença de bolhas e bolor; Suspensão: pó empedrado que não se mistura com agitação; Supositórios: derretido ou com rachaduras.
DICAS PARA COMPRAR E UTILIZAR OS MEDICAMENTOS: 1) Todo medicamento deve ter um registro do Ministério da Saúde. Caso não tenha, deve ser levado ao serviço local de vigilância sanitária.
2) Não utilize medicamentos vencidos, nem embalagens velhas.
3) Cápsulas não devem ser abertas. Comprimidos não devem ser partidos, apenas se o médico recomendar.
4) Obedecer sempre os horários para ingestão indicados pelo médico na receita. A bula também indica a quantidade, quantas vezes ao dia e por quanto tempo deve ser utilizado.
5) Não tirar os medicamentos da caixa e sempre guardar as bulas.
6) Os medicamentos devem ser guardados longe da luz, umidade e do calor. Respeitar a temperatura de armazenamento.
7) Caso verifique algum efeito adverso, deixe de tomar e relate ao profissional que lhe recomendou. Se possível relate o efeito adverso a um serviço de Farmacovigilância.
EMBALAGENS: 1) Número do lote, data de validade e fabricação; 2) Nome comercial do medicamento e nome genérico da substância ativa. Se for fitoterápico, nome botânico da planta; 3) Composição do medicamento, quantidade e via de administração; 4) Informar a restrição de uso por faixa etária; 5) Telefone de serviço de atendimento ao consumidor; 6) Nome do fabricante e local de fabricação do produto.
O FARMACÊUTICO AJUDARÁ VOCÊ: Não se automedique! Se estiver doente, vá ao médico. Depois, leve a sua receita (prescrição) ao farmacêutico de sua confiança e peça todas as informações. Não tenha vergonha de perguntar e tirar as dúvidas. O Farmacêutico irá ajudar você. Temos o direito de exigir atendimento de um Farmacêutico formado em curso superior dentro das farmácias e drogarias, durante todo o seu horário de funcionamento.
Fontes: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/, Ministério da Saúde e OMS.