MENSAGEM DO MÊS

EPIFANIA DO SENHOR  (por Irmã Maria Nazareth) 

Epifania é uma palavra grega que significa “manifestação de cima”. É como se alguém subisse a um nível superior do solo para melhor se aparecer. Popularmente é chamada “Dia dos Reis” - Festa da unidade.

A Festa da Epifania é celebração da unidade e a exclusão de privilégios e preconceitos. Dela só participam pessoas abertas a essa perspectiva maior.

Começamos o ano de 2010 desejando a luz da fé, um verdadeiro ano inteiramente novo daquela novidade que no dia três nos encontramos com os Santos Reis Magos. Eles têm muito a nos ensinar. A própria Epifania tem vivo o seu sentido de revelação. Nela Deus se manifesta às nações. Primeiramente houve uma manifestação menor do Menino-Deus ao povo judeu, na presença dos pastores. Depois uma manifestação maior na pessoa dos Santos Reis Magos. Através da tradição conhecemos seus nomes: o Rei negro Baltasar, Melquior e Gaspar. Não eram judeus, mas representavam as nações e eram de três raças diferentes: preta, branca e amarela. Os presentes: ouro, incenso e mirra tem uma marca real e nos ensinam abertura e disponibilidade. Esses homens vindos do oriente eram pessoas sábias e interessadas em observar as estrelas e os planetas. Ao tomar conhecimento do nascimento de Jesus, enveredaram por caminhos desconhecidos, enfrentando situações diversas; percorreram léguas até poder manifestar pessoalmente sua alegria e depositar junto ao Menino seus valiosos presentes. Eles pronunciaram duas palavras extremamente significativas diante de Herodes, dos sacerdotes e do povo de Jerusalém: “Nós vimos uma estrela no Oriente e viemos Adorá-lo”. Reconheceram a grandeza do menino que nasceu na pobreza e prostraram-se diante dele e o adoraram. A adoração é seguida com gesto concreto de amor; abriram os tesouros e o ofereceram como presentes. Foi-lhe dado ouro (símbolo da riqueza e do poder), por ser Ele o nosso rei - o Senhor do mundo: do oriente, ocidente, do dia, da noite, do céu, terra e mares. Foi-lhe dado incenso puro (equivale a uma profissão de fé), por ser Ele a presença de Deus-vivo. Deus Pai o criou, o enviou e o consagrou como juiz e rei do universo. Foi-lhe dado mirra (o pó escuro do sepulcro), cerrando o destino de morte e sepultura. Há uma revelação nesse episódio: a convicção de que Deus vem para levar a humanidade à plenitude da vida. Eles sabem que as fronteiras de Deus estendem aos confins da terra. É assim que Deus se manifesta, a grandeza da manifestação só é perceptível para quem lê a realidade a partir de dentro. Expectador nenhum é capaz de descobrir os sinais que emergem da experiência da fé, para adorá-lo e glorificá-lo e oferecer-lhe os dons de sua vida, com sentimentos de gratidão daquilo que passou e que há de vir. Como os magos seguiram em frente apesar da dureza da travessia do deserto, das tempestades violentas, dos perigos... Na esperança de quem não retrocede no amor, que faz da sua jornada um hino de ação de graças ofertando a própria existência no altar da generosidade. Que a luz da fé, da fraternidade, da paz, da esperança e do amor sob as bênçãos de Nossa Senhora a estrela da evangelização jamais se extinga nos horizontes da humanidade, privilégios que muito nos orgulham, mas traz também imensas responsabilidades.