BASÍLICA MENOR - por Pe. Vladimir Barbosa Hergert
Muitos já sabem que a Igreja Matriz Nossa Senhora do Patrocínio deverá ser elevada à Basílica Menor no próximo 15 de agosto. É uma grande deferência da Santa Sé (Vaticano) para com a cidade de Araras. Será também a primeira igreja na Diocese a receber tal honra. Mas muitos nos perguntam:
O QUE É UMA BASÍLICA?
Transcrevo um texto do Dr. Marcos R. Chaves, médico de Itatiba-SP e oblato beneditino, muito instruído nessa área e que nos assessora neste momento. Escreve ele: “Basílica, no seu sentido primitivo, era, no Império Romano, um local grande, construído para uso público, onde se administrava a justiça. O imperador Constantino, convertido ao cristianismo, concedeu várias basílicas civis para exercício do culto. Assim, desde o século IV, passaram a ser chamadas as igrejas paleo-cristãs, ou seja, aquelas dos primeiros tempos do cristianismo. Em todo o território do Império começaram a ser erigidas igrejas no modelo das basílicas romanas, para reunião dos fiéis e celebração dos mistérios sagrados.
O gênio dos arquitetos e artistas cristãos produziram, no decorrer dos séculos, templos notáveis, por seu decoro e beleza. Dentre todos, sempre se destacou a Arquibasílica do Santíssimo Salvador, tradicionalmente chamada de “São João de Latrão”, devido à devoção expressa a São João Batista e a São João Evangelista. Esta é a cátedra do Papa, a “cabeça e mãe de todas as Igrejas do mundo” (a arquitetura da Igreja de Araras tem sua inspiração nela). Depois dela vêm as outras Basílicas Maiores: São Pedro no Vaticano, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros, pertencentes de maneira particular ao Soberano Pontífice. A elas juntam-se as Basílicas Menores Patriarcais de: São Lourenço Extramuros, em Roma; São Francisco e Santa Maria dos Anjos (Porciúncula), em Assis. Com o tempo, desejando honrar as igrejas que devotavam à Cátedra de Pedro uma especial devoção e que eram modelo de vida litúrgica para outras igrejas, os papas passaram a condecorar estas igrejas com o título de “Basílica Menor”. Esta analogia não deve ser fictícia, mas expressar uma união mais íntima da igreja agraciada com a Cátedra Romana de Pedro, ao passo que exige uma execução mais elaborada da liturgia romana.
Basílicas são, portanto, igrejas que se destacam das demais de seu mesmo grau e, por privilégio e singular distinção concedidos pelo Romano Pontífice, estão postas sob proteção apostólica.
A elevação de um templo à dignidade de Basílica Menor deverá empenhar todos os fiéis, clérigos e leigos, a corresponder a este título, testemunhando o seu amor filial ao Santo Padre e sua aproximação e submissão maior a Roma, numa vida verdadeiramente cristã. Assim sendo, será maior ainda a gratidão dos fiéis a Deus, que cumulou de tantas graças este templo, ele também agora dispensador das graças indulgências romanas. A maior riqueza e o maior privilégio das basílicas é justamente algo de valor espiritual imensurável: as indulgências a elas anexas. A Basílica é Roma na Diocese!”
Insígnias da Basílica
As Basílicas Menores possuem duas insígnias que as distinguem das demais igrejas e demonstram a sua união com a cátedra de Pedro. São elas: a umbela basilical e o tintinábulo.
UMBELA BASILICAL
“umbela” é um pavilhão semifechado nas cores amarelo e vermelho (ouro e púrpura) com bandas de seda intercaladas, com alparavazes (barras pendentes) das mesmas cores, mas em ordem inversa.
TintinÁbulo
É um campanário portátil, sustentando um pequeno sino (do latim tintinnabulum: matraca de metal; do verbo tintinare: soar) e ornado com um ícone do titular da basílica – no caso de Araras, Nossa Senhora do Patrocínio – e tendo como timbre o símbolo pontifício (tiara sobre as chaves cruzadas). Este campanário processional tem a função de chamar a atenção dos fiéis para a passagem dos cortejos das basílicas. Os antigos romanos já tinham o costume de usar tintinábulos. Nas procissões, a Umbela vai à frente do Tintinábulo e este à frente da Cruz processional.”