
SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO DO CORPO E SANGUE DE CRISTO
A vida só é vivida, quando é feito dom e entrega.
O alimento só é alimento quando é entregue e consumido. A vida humana só é humana, rica e verdadeira quando se faz entrega e dom de amor.
É este o sentido que Jesus quis tornar imorredouro com a Eucaristia, o sentido da vida se conquista sacrificando a vida. A vida só vive quando se dispõe a morrer. É como o grão de trigo. Se se quer dar vida nova, tem que morrer. Essa morte não é perda, como muitos temem. É ganho. É forma de garantir a própria vida. Jesus fez de sua vida uma completa entrega. Não apenas no momento da Última Ceia, mas em todos os momentos da vida.
Os Evangelhos estão cheios de exemplos do amor, solidariedade e entrega de Jesus em função dos outros. Ele foi um ser para os outros. “Se alguém vem a mim, eu não o mandarei embora” (Jo 6,37). Não entregou a sua vida como algo a ser vivido só para si, mas sempre como serviço e dom aos outros.
Agora, na Última Ceia, esse modo de ser próprio de Jesus alcança sua expressão suprema. Ele se entrega a tal ponto que se faz vinho para assim poder estar na intimidade da vida de cada homem e mulher que o recebe; mais ainda, para poder ser a vida de cada um que o comunga. A vida que circula em todo aquele que comunga Cristo é vida divina. Por ser divina é vida ressuscitada e é imortal. É o céu já se fazendo presente, é o Reino de Deus já se antecipando dentro da história.

Por isso a Eucaristia separada do amor aos irmãos não é a Eucaristia de Jesus Cristo. O sacramento implica seguimento de Jesus Cristo. Seguir é querer conformar a própria vida com aquela Vida de Jesus e estar apto a compartilhar com Ele.
(Pe. Pricilio Jerônimo)
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