(por Isabel P. Pegoraro)
Ano litúrgico. Mistério de Cristo (continuação)
A CELEBRAÇÃO do Ano Litúrgico é cíclica. Não é um fatídico retorno das estações, mas um tempo que se repete como uma espiral progressiva, e vai em direção à Parusia (2ª vinda de Cristo).
A liturgia nos ritmos do tempo: Como a vida, a liturgia segue um ritmo que garante a repetição característica da ação memorial. Repetindo a Igreja guarda a sua identidade. Para fazer memória do Mistério Pascal de Cristo, a liturgia se utiliza de três ritmos diferentes.
Ritmo diário: o anoitecer e o amanhecer são dois momentos que marcam o dia da comunidade cristã. A igreja celebra a Páscoa de Jesus na oração da tarde (véspera) e na oração da manhã (laudes).
Ritmo semanal: é marcado pelo Domingo, dia em que o Senhor se manifestou ressuscitado (Mc 16,2). A história do Domingo nasce na cruz e na ressurreição de Jesus. No primeiro dia da semana, quando as mulheres foram ao túmulo para embalsamar seu corpo, já não o encontraram mais (Lc 24,1-6). No Domingo, Jesus apareceu vivo a vários discípulos, sozinhos ou reunidos (Mc 16,14-16).
O dia de Pentecostes, vinda do Espírito Santo também aconteceu no Domingo (At, 21-11). No primeiro dia de cada semana , que é chamado Dia do Senhor (ou domingo), a Igreja, por tradição apostólica, que tem sua origem no próprio dia da Ressurreição de Cristo, celebra o Mistério Pascal. Por isso o Domingo deve ser tido como o principal dia de festa ( NALC 4). O Domingo, conforme rezamos no Prefácio IX dos domingos do Tempo Comum, é o dia em que a família de Deus se reúne para “escutar a Palavra e repartir o Pão consagrado, recordar a ressurreição do Senhor, na esperança de ver o dia sem ocaso, quando a humanidade inteira repousar diante do Pai”. (Missal Romano pg 436).
João Paulo II, na carta Apostólica Novo Millennio Ineunte diz: há de se por o máximo empenho na liturgia, “a meta para que se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toada sua força. ”
No século XX, sobretudo depois do ConcilioVaticano II, a comunidade cristã cresceu muito no modo de celebrar os sacramentos, sobretudo a Eucaristia.
É preciso prosseguir nessa direção, dando particular relevo é Eucaristia dominical e ao próprio domingo, considerado um dia especial de festa, dia do Senhor ressuscitado e dom do Espírito,verdadeira Páscoa da semana...
Por isso, desejo insistir na linha do que disse na carta apostólica Dies Domimi, em que a participação na Eucaristia seja verdadeiramente, para cada batizado, o coração do domingo: um compromisso irrenunciável, abraçado não só para obedecer a um preceito mas como necessidade para uma vida cristã verdadeiramente consciente e coerente (NMI 35,36).
E, por fim, o Ritmo Anual: Através do qual a Igreja comemora todo o Mistério de Cristo, da Encarnação ao dia de Pentecostes e á espera da vinda do Senhor. Este ciclo anual tem como solenidade a Páscoa como centro, fonte e cume “a solenidade da Páscoa goza no Ano Liturgico da mesma culminância do domingo em relação á semana’.
Nenhum comentário:
Postar um comentário