Páscoa, Passagem, Vida Nova com Cristo
- Pe. Pricilio Jerônimo
Todo o ano litúrgico celebra o mistério de Cristo, mas a Igreja considera um dever celebrar, em determinados dias do ano, a memória sagrada da obra de salvação do seu divino Esposo.
Em cada semana, no dia a que chamou de domingo, Dia do Senhor, comemora a sua Ressurreição, como o celebra também uma vez no ano, na Páscoa, a maior das solenidades, unida à memória da sua Paixão. A liturgia renova cada cano, na celebração das festas pascais, a obra da Redenção humana e da glorificação perfeita de Deus que as suas grandes obras prefiguram no povo da Antiga Aliança; e que Cristo Jesus realizou principalmente pelo mistério Pascal da sua bem aventurada Paixão, Ressurreição dentre os mortos e gloriosa Ascensão ao céu. A celebração da Páscoa é o primeiro e mais importante dos tempos fortes do ano litúrgico. Começa com a celebração do Tríduo Pascal e prolonga-se durante os domingos da Páscoa. Embora o mistério seja único, a celebração em três consecutivos e diferentes dias faz com que aprofundemos melhor em cada um dos seus aspectos. O mistério Pascal é o mistério da humilhação de Cristo e da sua exaltação gloriosa. Sexta e Sábado Santos introduzem-nos na primeira dimensão do mistério. É a celebração da “morte de Cristo” (sexta-feira) e de menção gloriosa: a celebração de Cristo Ressuscitado, solenidade das solenidades. Por este mistério, a Sua morte destruiu a nossa morte e a Sua Ressurreição restituiu-nos a vida. A celebração não acaba com o Tríduo Pascal, prolonga-se até a festa de Pentecostes. Os sete domingos seguintes à Páscoa não se denominam domingos depois a Páscoa, mas primeiro, segundo domingo da Páscoa, para significar que todo este tempo é uma prolongada celebração do mistério pascal. É um tempo de reflexão, de crescimento de vivência do mistério para reafirmar a nossa fé no Senhor Ressuscitado, receber a força para sermos suas testemunhas e reavivar a sua presença entre nós, dando-nos instruções por meio do Espírito Santo falando-nos do Reino de Deus.
A celebração pascal vai ao encontro do homem e mulher de hoje traumatizado por tantas coisas, guerras, acidentes, morte, mas com uma ânsia de viver e superar com a técnica da dor e da morte. Este homem, esta mulher preocupados com o mais além, com uma ânsia de sobrevivência, de afirmação de tudo o que ele(a) é e faz, de libertação, encontramos no mistério da Páscoa o verdadeiro tempo da vida presente, a alegria de viver, a autêntica liberdade dos filhos de Deus. Do mistério Pascal nasce uma moral nova. Temos que celebrar as festas pascais não com a velha levedura de malícia e corrupção, mas com os ázimos da pureza e da verdade. Uma feliz e Santa Páscoa a todos.